Las Liebres e um roteiro diferente em Colônia

Nessa última viagem a Colônia do Sacramento estava buscando opções diferentes, queria viver uma experiência mais de campo, curtir mais esse lado da cidade que poucas vezes vejo os brasileiros explorarem, geralmente a visita da maioria se concentra ali no irresistível e encantador centrinho histórico.

Não tem nada de errado fazer apenas essa parte, eu amo, inclusive. Vou mil vezes e sempre acho maravilhoso, ojalá tenha oportunidade de repetir outras mil vezes. O ponto aqui é saber que existem outras alternativas para fazer escolhas e agregar outras possibilidades na viagem.

Para essa escapada de campo em dezembro, selecionei 3 hotéis belíssimos, bucólicos e aconchegantes, no sonho seriam dias de muito verde e relax total, mas infelizmente não tive sucesso hehe, dois deles não hospedavam crianças (e nossa pequena viajante nos acompanhava), o outro não tinha disponibilidade nas datas que queriamos, então terminamos dormindo na parte histórica como sempre (contarei sobre a hospedagem depois), mas mantive a ideia de focar nas propostas fora daquele miolinho fofo e fotogênico que todo mundo conhece.

E aí enquanto preparava nosso roteiro, apareceu essa lindeza do restaurante Las Liebres, outra dica certeira do Eduardo da Posadita de la Plaza nesse blog hehe - porque eu que não sou boba nem nada, antes de organizar as coisas já pergunto a ele sobre as novidades de Colônia - um projeto inaugurado recentemente que inclui um hotel e restaurante.

Foi amor a primeira imagem: um casarão de construção neoclássica em tom clarinho em meio ao campo verde rústico com ambientes finamente decorados, sem afetações, uma curadoria de peças impecável.

Na frente uma horta orgânica que abastece a cozinha e respeita o ciclo da natureza. Um menu executivo de ótimo nível com preços competitivos. 

Mais a chance de viver esse lado campestre por algumas horas sem estar necessariamente hospedado numa área rural: o Las Liebres fica bem próximo ao centrinho de Colônia, são apenas 10 minutos de carro.

Com todo esse conceito, quando eu desci no estacionamento, imediatamente pensei: só falta mesmo a comida ser boa. E gente do céu, a comida estava maravilhosa.

Nunca comi tão bem em Colônia nesses 9 anos de idas e vindas. Ainda mais pagando um preço tão justo, o menu executivo de meia temporada no almoço custava 590 pesos e incluía uma bebida, o prato principal e sobremesa. 

Mais em conta que um monte de restaurante meia boca lá do vuco vuco turístico que eu já vi ter a cara de pau de cobrar 600 pesos num chivito para uma pessoa, rá! 

Pedimos 2 menus executivos e a parte empanadas criollas feitas no forno de barro para a entrada (350 pesos). Fomos recebidos com uma cestinha de pães caseiros de fermentação natural deliciosos.

Me permitam contar a nossa teoria do buen comer baseada na qualidade do pão que chega à mesa hehe, no Uruguai praticamente não existe a possibilidade de almoçar ou jantar num restaurante sem pão para acompanhar e quando a cestinha chega com o danado de saco de supermercado nossa decepção é automática e não esperamos muita coisa da comida, em compensação quando o lugar se preocupa com essa parte inicial da experiência e serve um pão de verdade já ficamos animados porque é quase certo que virá coisa boa da cozinha.

E nesse dia o que veio adiante foi só delícia, ó:

O menu executivo oferece 2 pratos principais, pedimos um de cada para provar.

Na semana que visitamos uma opção era tortellis de queijo de cabra e berinjela defumada com molho de tomate e parmesão e a outra era carne de porco com torta de milho e batata doce (que aqui é laranja e muito saborosa) assada.

De sobremesa fomos de sorvete caseiro e torta de chocolate com laranja. Para beber pedimos água e uma taça de vinho tinto feito ali mesmo na região, tudo devidamente incluído no menu.

Para quem vai pedir as opções soltas do cardápio, os preços giram em torno de 250 a 390 pesos para as entradas, 550 a 680 pesos os pratos principais e 280 a 340 pesos as sobremesas.

Passamos uma tarde agradabilíssima, toda a equipe super atenciosa desde o momento que chegamos até a hora que saímos, voltaremos assim que pudermos (e sim, pagamos a conta todinha - nesse caso com gosto até hehe - nunca falei 'oi, sou blogueira').

Um lugar único, elegante, com uma proposta gastronômica completa, muito bem executada e acessível.

Uma experiência imperdível para o roteiro em Colônia do Sacramento. 

Terminamos o passeio visitando o Museo del Ferrocarril que está em frente a curiosa e imponente Plaza de los Toros, uma construção inaugurada em 1910 que teve - felizmente - apenas 8 touradas oficiais e fechou 2 anos depois, um espaço que nunca pude entender porque não se aproveita para fins culturais (sem animais, obrigada), desde sempre há histórias de revitalização, restauração, licitação e tal, mas a verdade é que continua fechado para o público e se deteriorando.

Apesar do abandono, vale a pena dar uma passadinha para conferir o exterior do prédio e juntos fazermos coro por novos projetos hehe.

Para quem viaja com crianças, ali pertinho da Plaza de los Toros há um bosque com um parque modesto e alguns brinquedos para a gurizada se divertir livremente. Gabi adorou <3

Quase em frente ao parquinho está o letreiro branco com o nome da cidade e muito calçadão para caminhar ao lado do Río de la Plata e procurar um canto para assistir o por do sol, sempre um espetáculo diferente.

Um roteiro inusual e também belo por Colônia, experimentem e divirtam-se.

Até a próxima! :)


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